Haiti, terras dos negros revoltosos
O Haiti, é raiz da única revolução vitoriosa de ex-escravos africanos no mundo, e derrotou em 1804 o maior exército imperialista da época, o EXÉRCITO DE NAPOLEÃO BONAPARTE.
As grandes potências industriais, França, EUA, Inglaterra e outras, jamais engoliram esta derrota imperialista de grande significado histórico para todos os oprimidos e em especial aos negros de todo o mundo, e desarticulam todas possibilidades de autonomia e independência do povo haitiano.
A presença americana quando não é direta através de suas tropas, estimulou ao longo da história ditaduras fantoches como de Jaques Duvalier, o Papa Doc e em seguida a de Baby Doc, período de ditaduras sangrentas que tinha inclusive como umas das principais bases econômicas a exportação de sangue haitiano para abastecer hospitais americanos nos EUA.
É uma presença tão nefasta, que não aceita nem governo social democrata, tipo Joan Batiste Aristides, que sofreu dois golpes de estados militares, sendo a última quando preparava as comemorações dos 200 anos da revolução vitoriosa dos ex-escravos haitianos.
Através da Organização das Nações Unidas, criou-se a MINUSTAH, forças militares composta por vários países do mundo, sob a coordenação das tropas brasileiras, que se encontram no Haiti realizando o trabalho repressivo junto às organizações autócnes (locais) com o argumento de que sem a presença externa os grupos criminosos tomam o território. ESTE É UM ARGUMENTO VERGONHOSO CONTRA A SOBERANIA DO POVO HAITIANO.
Várias regiões do Brasil são controladas pelo narcotráfico, grupos de roubo de cargas , desvio de madeiras em regiões de proteção do meio-ambiente, e não cogitamos que sejam ocupadas por tropas extrangeiras militares. ISTO É RACISMO PURO emk relação ao Haiti.
Através dos meios de comunicação faz-se campanhas midiáticas a fim de convencer a opinião pública mundial, da necessidade da presença das tropas.
O Haiti, como todos os africanos do mundo é vítima da ação racista, colonialista, imperialista, que tem como raiz o capitalismo surgido na Europa, a partir do século XII e expandido através de guerras genocidas, para a Ásia, África e Américas.
Em especial o Genocídio dos Africanos: invasão do território africano, matança e seqüestro de africanos, mortes na travessia do Atlântico, exploração do trabalho dos africanos no Brasil durante o período da escravidão, três séculos e meio, racismo pós Abolição da Escravatura, 1888 no Brasil.
A situação do Haiti é fruto dessa exploração histórica e represália pela realização da Revolução Vitoriosa no Haiti em 1804.
Toda ação externa deve ter como eixo a REPARAÇÃO HISTÓRICA AOS AFRICANOS NO MUNDO, com ação especial para o Haiti uma das principais vítimas do Racismo Internacional.
Concordamos com as propostas aprovada na FRENTE DE SOLIDARIEDADE AO POVO HAITIANO:
Exoneração do racista Cônsul Geral do Haiti no Brasil.
Retirada das tropas brasileiras do Haiti e transformação em ajuda humanitária.
Cancelamento da Dívida Externa Ilegítima .
Envio de pessoal técnico para trabalhar a terra, desenvolver ações na área da educação e saúde.
Ajuda Humanitária para reconstrução de curto, médio e longo prazo.
Envio de água, alimento e semente para plantio.
Entrega da Apoio Financeiro e de Material diretamente às organizações locais e não ao governo fantoche imposto pelo imperialismo.
Atividades nacionais no dia 21 de março, DIA INTERNACIONAL PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
Ações do MNU em conjunto com outros setores do Movimento Negro e outros Movimento Sociais no Fórum Social Mundial Temático de Salvador-BA, onde estaremos trabalhando o Genocídio da Juventude Negra e a Questão de Gênero, e no Fórum Social Mundial Temático de Porto Alegre-RS, onde estaremos priorizando a Luta dos Quilombolas no Brasil, pelo apoio ao povo haitiano.
Debates, Seminários, Atividades Culturais, Venda de materiais a fim de divulgar e levantar finanças.
Milton Barbosa
Coordenador Nacional de Relações Internacionais do
Movimento Negro Unificado
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