Queridos amigos e amigas do Movimento Negro e demais entidades que lutam pelas causas sociais deste país, o nosso comparanheiro Milton Barbosa foi indicado para ser homenageado com o Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
adiogo@al.sp.gov.br, bcovas@al.sp.gov.br , apez@al.sp.gov.br , oseaugusto@al.sp.gov.br, raul@raulmarcelo.com.br , rmarcelo@al.sp.gov.br , rsilva@al.sp.gov.br , soares@al.sp.gov.br, andresoares@al.sp.gov.br, solicitando que o nosso companheiro seja indicado.
Segue um breve histórico de luta deste grande homem.
HISTÓRIA RESUMIDA DA LUTA DE MILTON BARBOSA
Milton Barbosa nascido a 12 de maio de 1948 em Ribeirão Preto, São Paulo. Mudou para a cidade de São Paulo aos 3 anos de idade com a mãe e a irmã e foi morar no Bexiga,atual bairro da Bela Vista.
Começou sua militância ainda muito moço contra o racismo, por uma sociedade justa, de iguais, sem nenhum tipo de preconceito e discriminação.
Levou para a Escola de Samba Vai Vai, no inicio da década de 70, a preocupação de se fazer sambas enredo com a história do negro, para mostrar o orgulho da raça, a contribuição que o negro já havia dado para a história do Brasil.
Em meados da década setenta, realizava atividades em grupos que apoiavam as lutas de libertação dos países de língua portuguesa - Angola,Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Atuando no CECAN – Centro de Cultura e Arte Negra é um dos que propõe,em 1978, a criação do Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial, que logo depois viria a se chamar Movimento Negro Unificado.
Milton Barbosa cerrou fileiras pelo ensino da história da África e dos negros no Brasil, ( Lei 10639/03 ) nas escolas públicas e particulares, pela criação do Dia Nacional da Consciência Negra no dia 20 de Novembro, contra o genocídio da juventude negra e pobre da periferia.
Lutou pelo direito ao trabalho, a moradia digna, à saúde da população negra. Contribuiu com construção do fundo de greve do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo em 1979. Foi vigiado e teve todos os seus passos seguidos pelo regime militar por sua atuação na luta contra o racismo e na organização dos trabalhadores da Cia do Metropolitano de São Paulo tendo sido demitido duas vezes (1979 e 1988).
Em 1981 reuniu-se com o Grupo Somos, o jornal Lampião para juntos organizarem a primeira passeata com a participação de Gays, Lésbicas e militantes do Movimento Negro contra o delegado Wilson Richetti que prendia, espancava travestis, prostitutas e negros no centro da cidade de São Paulo.
Nos 40 anos de luta de Milton Barbosa ele foi incansável na luta contra a injustiça, o racismo, o preconceito,a discriminação de qualquer ordem.
Em 1998 denunciou um neo nazista que fazia um movimento contra negros, nordestinos e judeus através de panfletos que incitavam o ódio e que pregava o retorno forçado destes grupos aos seus lugares de origem. Tendo sido este caso o primeiro a ser levado a Procuradoria Geral do Estado.
É o mentor e organizador da Campanha Mano não Morra, não Mate – Campanha contra o extermínio da juventude negra e pobre das periferias do Brasil. É membro do Comitê contra a Criminalização da Criança e do Adolescente.
É proponente do Tribunal Popular - O Estado Brasileiro no Banco dos Réus – que julga os crimes de violência do Estado Brasileiro.
Internacionalmente, Milton Barbosa, ajudou a garantir a primeira fala oficial da OLP no Brasil em 1980. Em 1982 fez parte de uma comissão de parlamentares, sindicalistas e representantes dos movimentos sociais que foram ao Líbano acompanhar a situação dos refugiados palestinos. Foi um dos principais articuladores de Comitês contra o Apartheid na África do Sul. Em 1986 esteve na Líbia para um congresso – Segunda Mathaba Mundial. Em 1988 fez parte de uma caravana de intelectuais, sindicalistas, representantes dos movimentos sociais que tentaram entrar no Chile para verificar as denúncias de tortura contra o governo Pinochet. Nos anos 90 fez parte do Comitê São Paulo pela Libertação de Mumia Abul Jamal, jornalista negro norte americano, injustamente condenado à morte nos EUA , e do Comitê Zapatista de apoio a luta dos indígenas mexicanos do Estado de Chiapas pelo direito a vida. Em 2006 esteve em Nova Orleans, EUA, para participar do Tribunal Internacional Furacão Katrina que denunciava a tentativa de genocídio e limpeza étnica que o governo Bush e setores conservadores e reacionários tentavam impor aos negros de Nova Orleans. Faz parte da luta pela retirada das tropas brasileiras do Haiti.
Milton Barbosa é uma liderança negra reconhecida Brasil afora e também no exterior.
Por esta trajetória incansável de lutas é que estamos indicando Milton Barbosa ao Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
Se for o homenageado Milton Barbosa será a primeira liderança negra a receber o Premio Santo Dias de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
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